No escuro, literalmente, foi assim que Bela Vista dormiu ontem. Eram seis tarde quando a energia elétrica da cidade inteira foi pro espaço. Explicações?! Nenhuma, pelo menos por enquanto. Teorias?! Várias, desde sabotagem ao sistema distribuidor de energia da cidade para facilitar a fuga de presos, ataque alienígena, fim do mundo, até uma suspeita de ato terrorista praticado por Osama Bin Laden e Cia Ltda, nada comprovado ainda.
A cidade ficou às escuras por pelo menos nove horas. Isso mesmo, foram nove horas de breu total, salvo as velas e lanternas que se viam nas residências e o frenesi de quem estava na rua, no escuro. O pior de tudo nesses casos não é nem o blackout generalizado em si, acho até legal uns contratempos desses, o pior é a falta do que fazer numa cidade desse porte, no escuro, sem TV, computador e todo e qualquer tipo de aparato tecnológico dependente de eletricidade.
A irritação era visível no rosto das pessoas, não só nos mais acalorados, loucos por um banho quente, como no semblante das vovozinhas que não sabiam o motivo de estarem perdendo sua novela preferida. Só quem não se irritou foram os botequeiros. Impressionante como nem quando no escuro deixam seus postos. Bares e botequins iluminados a luz de velas e lotados, afinal, já que vai ficar no escuro em casa, continua no bar, não é?!
Já eram duas da manhã quando o problema foi resolvido. Mas já não adiantava mais, a novela já tinha acabado, as vovozinhas já dormiam, quem não se arriscou a tomar banho frio, dormiu sem banho e quem estava no boteco, deve ter amanhecido no boteco mesmo. Fato é que ontem pude perceber o quanto somos reféns dessa tal eletricidade.
Se vivêssemos no século passado, não nos importaríamos em esperar o dia amanhecer para que a luz voltasse, em jantar a luz de velas, nem em tomar banho frio ou ler um livro ao invés de 'internetar'. O problema é que nos acomodamos a estar sempre plugados, carregados ou acesos, e acabamos nos transformando em reféns desse mundo tecnológico, onde não se vai ao banheiro sem um telefone celular nas mãos.
Se vivêssemos no século passado, não nos importaríamos em esperar o dia amanhecer para que a luz voltasse, em jantar a luz de velas, nem em tomar banho frio ou ler um livro ao invés de 'internetar'. O problema é que nos acomodamos a estar sempre plugados, carregados ou acesos, e acabamos nos transformando em reféns desse mundo tecnológico, onde não se vai ao banheiro sem um telefone celular nas mãos.
Viva o mundo moderno!
Bavia,o Macluhan já dizia que a grande invenção mesmo, no final das contas, foi a eletricidade. sem ela, tchau aldeia global.adoro teu blog. beijos
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